Em abril deste ano (2008), a AME Amazonas noticiou que fabricará a AME GA, a primeira motocicleta bicombustível, num projeto em parceria com a Delphi Automotive Systems do Brasil que fornecerá sistemas de gerenciamento de motor, bombas de combustível (denominadas Multifuel), chicotes elétricos, conectores e sensores de temperatura.
Após dois meses desse anúncio da AME, o Congresso edita a "Lei Seca" (a qual prefiro "Lei Anticachaça" - pois remete mais originalidade e lembra de um produto genuinamente brasileiro) que pune severamente os condutores embriagados (ou não) dos veículos, conforme já escritos aqui. Mas, o que tem haver uma notícia com outra?
Foto: gustavoferri
Exatamente hoje, a ANP - Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, decidiu que o álcool combustível vai ser chamado oficialmente de etanol. Porque, segundo a UNICA - União da Indústria de Cana-de-Açúcar, o slogan "Álcool e direção não combinam" passa má impressão e confunde os consumidores e, portanto, o consumo do combustível poderia diminuir. Como se o esquizofrênico consumidor dissesse para o seu veículo: "tá doido! bebendo no meio do dia! se os 'puliça' te pega nós estamos fritos" e completa: "bebe gasolina que não dá galho! Álcool, só lá em casa".
Será que não seria melhor mudar ou contratar um marqueteiro (ou profissional do marketing, como alguns preferem) e alterar o slogan? Ou imaginar que o consumidor é um reles ignorante para confundir e relacionar o termo álcool combustível com álcool bebida alcoólica?
Aqueles que possuem um flex fuel (principalmente) só deixarão de consumir álcool combustível se o preço um dia ficar mais caro que a gasolina. Preço é o que interessa. Na prática, como o veículo a álcool gasta mais que o veículo a gasolina para percorrer uma mesma distância, só compensa abastecer com o etanol/álcool se o preço estiver no máximo R$1,75 e o da gasolina a R$2,50 - o que equivale a 70% do preço da gasolina. Embora, em termos ambientais, seja sempre mais compensador o álcool/etanol do que a gasolina, pois polui menos (dez vezes menos CO2) e ajuda no combate ao aquecimento global.
No fundo, a idéia é padronizar para uma nomenclatura mais utilizada e conhecida nos países que usam o álcool combustível nos veículos, no caso etanol.
Então, não estranhem quando pararem com os seus carros e, num futuro não muito distante, motos flex nos postos e nas bombas de combustíveis estiverem escritos "etanol" e o frentista disser: "álcool ou gasolina"?
Que confusão de bêbados...
Foto: oglobo
(Atualização: 11.dez.2009)
A ANP publicou a Resolução n. 39 que torna obrigatória a partir de setembro de 2010 a utilização do termo "etanol", em substituição ao termo "álcool".
Após dois meses desse anúncio da AME, o Congresso edita a "Lei Seca" (a qual prefiro "Lei Anticachaça" - pois remete mais originalidade e lembra de um produto genuinamente brasileiro) que pune severamente os condutores embriagados (ou não) dos veículos, conforme já escritos aqui. Mas, o que tem haver uma notícia com outra?
Foto: gustavoferri
Exatamente hoje, a ANP - Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, decidiu que o álcool combustível vai ser chamado oficialmente de etanol. Porque, segundo a UNICA - União da Indústria de Cana-de-Açúcar, o slogan "Álcool e direção não combinam" passa má impressão e confunde os consumidores e, portanto, o consumo do combustível poderia diminuir. Como se o esquizofrênico consumidor dissesse para o seu veículo: "tá doido! bebendo no meio do dia! se os 'puliça' te pega nós estamos fritos" e completa: "bebe gasolina que não dá galho! Álcool, só lá em casa".
Será que não seria melhor mudar ou contratar um marqueteiro (ou profissional do marketing, como alguns preferem) e alterar o slogan? Ou imaginar que o consumidor é um reles ignorante para confundir e relacionar o termo álcool combustível com álcool bebida alcoólica?
Aqueles que possuem um flex fuel (principalmente) só deixarão de consumir álcool combustível se o preço um dia ficar mais caro que a gasolina. Preço é o que interessa. Na prática, como o veículo a álcool gasta mais que o veículo a gasolina para percorrer uma mesma distância, só compensa abastecer com o etanol/álcool se o preço estiver no máximo R$1,75 e o da gasolina a R$2,50 - o que equivale a 70% do preço da gasolina. Embora, em termos ambientais, seja sempre mais compensador o álcool/etanol do que a gasolina, pois polui menos (dez vezes menos CO2) e ajuda no combate ao aquecimento global.
No fundo, a idéia é padronizar para uma nomenclatura mais utilizada e conhecida nos países que usam o álcool combustível nos veículos, no caso etanol.
Então, não estranhem quando pararem com os seus carros e, num futuro não muito distante, motos flex nos postos e nas bombas de combustíveis estiverem escritos "etanol" e o frentista disser: "álcool ou gasolina"?
Que confusão de bêbados...
Foto: oglobo
(Atualização: 11.dez.2009)
A ANP publicou a Resolução n. 39 que torna obrigatória a partir de setembro de 2010 a utilização do termo "etanol", em substituição ao termo "álcool".
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